sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Yule sendo transformado em Natal pelo povo de Wessex

"O Natal é o Yule com religião, e os saxões do oeste conseguiram estragar a festa do meio do inverno com monges cantando, padres arengando e sermões violentamente longos. Yule deveria ser uma comemoração e um consolo, um momento de calor e alegria no auge do inverno, uma época de comer porque a gente sabe que estão chegando tempos magros em que a comida será escassa e o gelo trancará a terra. E uma ocasião de ficar feliz, se embebedar, comportar-se de modo irresponsável e acordar na manhã seguinte imaginando se algum dia irá se sentir bem de novo, mas os saxões do oeste entregaram a festa aos padres, que a tornaram alegre como um funeral. Nunca entendi realmente por que as pessoas acham que a religião tem lugar na festa do meio do inverno, mas, claro, naquela época os dinamarqueses se lembravam de seus deuses e faziam sacrifícios a eles, mas também acrediavam que Odin, Tor e outros deuses estavam festejando em Asgard e não tinham desejo de estragar as festas em Midgard, o nosso mundo. Isso parece sensato, mas aprendi que a maioria dos cristãos sente uma suspeita temerosa com relação à alegria, e Yule oferecia alegria demais pro gosto deles."
Crônicas Saxônicas - O Último Reino 213/214

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Da década passada 4

Eu sabia que tudo que te segurava aqui era eu mesma. Que apartir do momento que eu não fizesse mais questão de te ter na minha vida, tu iria embora sem pensar. E agora já faz tanto tempo que eu tenho certeza que não tem mais volta. Mas a escolha foi minha. E eu poderia ir atrás disso de novo. Eu só não quero, não quero gastar minhas forças pra chorar mais uma vez. 
Eu sei que estou deixando nossas histórias pra segundo plano, tu também esqueceu a maioria delas. E não faz mais diferença eu postar uma das nossas músicas ou não. Nem pra mim, nem pra ti. Só sinto saudades da minha felicidade. Do calor nas minhas mãos, na minha boca e no meu coração.

Da década passada 3

E se o que a gente precisa é apenas alguém pra dar moral ao nosso sentimento? Pra dar forças pra essa ilusão...Mas chega uma hora que a gente cansa de jogar com os sentimentos dos outros e simplesmente deixa pra lá. E eu fico me perguntando "será que tu sente a minha falta?". É a minha maior dúvida. 

Da década passada 2

Eu fico tão bem quando eu estou fora de casa, com os meus amigos, meus outros amigos, sem ti. Eles me deixam bem, eu penso que meu bom-humor vai durar por dias...Mas logo que eu chego em casa me vejo sozinha, me vejo ouvindo as músicas de sempre e me perguntando onde tu foi, por que tu não saiu com a gente. Fico me perguntando se foi culpa das nossas conversas, das coisas erradas que eu faço, que eu te falo. Tu não se sente bem com isso, eu sei, mas têm vezes que eu não consigo evitar, eu preciso te falar certas coisas, preciso ouvir uma resposta boa. Mas ela nunca vem e eu preciso falar mais e mais até que tu me diga, mas tu não vai dizer, eu sei que não. Então eu fico pensando no porquê de tu ter ficado meio triste, se foi culpa da nossa conversa ou se foi uma coincidência, e se foi culpa da conversa eu não sei se eu devo me sentir mal com isso, ou ficar feliz por ter te atingido de algum modo. Eu não sei o que eu faço, eu não sei o que eu faço desde que eu estraguei tudo, DE NOVO, no ínicio do ano. Eu já te pedi pra me dizer o que fazer, e tu disse, mas tu não abre espaço pra isso...Então eu me lembro da tua maldita dúvida, lembro que tu realmente pensou em se afastar de mim, tu realmente pensou que isso poderia ser melhor pra nós duas.

Da década passada

Eu simplesmente não vejo mais tanta graça nas coisas como eu via antes...Eu saia, eu falava, eu jogava, sempre com um plano, um plano infalível. O maior iditoa do mundo nunca cansando de tentar. E então eu consegui tudo o que eu queria, tudo estava perfeito, abandonei meus planos e vivi os melhores momentos da minha vida. E de repente isso acabou, assim, sem mais nem menos. Não tinha dado tempo pra eu aproveitar como eu queria. E fiquei ali, sem plano, sem ter pra onde ir. Sempre tentando fazer tudo voltar, com a certeza que não vai acontecer, e eu já começo a cansar. Não quero mais sair, não quero mais beber e nem fumar, não quero sair da minha cama, só quero ela e aqueles momentos de volta. E quando eu saio, me pergunto porque fui, e às vezes parece que é só pra ficar triste. E quando fico, me pergunto porque fiquei, e às vezes parece que é só pra ficar triste. Os planos e todas as possibilidades de diálogos já antecipados na minha mente não existem mais, tudo preparado antes como costumava ser...Eu só vou, sem pensar duas vezes, não faço nada, não falo nada, não saio do lugar...Ela me disse pra esperar, disse que o tempo resolve. Eu disse que não quero esperar, disse que quero ela de volta. Ela riu. Disse que quem tem que se reaproximar sou eu. Eu disse que tenho medo. E quando noto estou nos lugares de sempre, fazendo as coisas de sempre e esperando que algo aconteça, mas eu volto pra casa do mesmo jeito que saí, sozinha. Completamente perdida, completamente sem um plano, completamente sem ti.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sempre a mesma coisa, mas com um pouquinho de evolução

Estranho é ver a mudança no mundo. Nas pessoas, nas conversas, nos rostos, nos sentimentos. Acompanhar tudo isso e mudar junto. Sem querer, só porque, cedo ou tarde, tu vai ter que mudar. Crescer um pouco, pelo menos. A vida é cheia de picos; de alegria, tristeza, amor, raiva...mas o problema é que a queda é sempre maior de cima deles. Mas antes os meus picos de tristeza eram sempre bem maiores e tinha essa necessidade de querer chamar a atenção de alguém, querer que qualquer um (ou um alguém em especial) viesse me dizer que vai ficar tudo bem. E agora eu só quero ficar sozinha, porque depois de tudo isso eu SEI que vai ficar tudo bem, nem que leve mais três anos, e eu não preciso dividir isso com ninguém pra ficar bem de novo. E já não cabe mais fazer nenhum tipo de drama do tipo "não me abandona", porque eu sei que não é assim que as coisas funcionam, cedo ou tarde todos irão. Não "abandonar", mas só afastar, sabe? Nem que leve oitenta anos, o pra sempre, sempre acaba. E se é a tua hora de sair da minha vida, não vou tentar impedir.
E eu ando feliz demais pra me permitir ficar triste por muito tempo, mas têm vezes que é lembrança demais. Lembrança demais pra pouca capacidade. E eu tenho vontade de sentar no meu cantinho por uns minutos pra afastar tudo isso de uma vez. E ajuda no momento que tu olha pra alguém e não vê mais quem tu via antes, quem tu amava antes. Não tem mais nervosismo, não tem mais alegria, não tem mais...Mas sempre tem aquele "tu sabe", porque realmente sabe, infelizmente, sabe (sobre mim, tudo). E vontade não me falta, de fazer muitas coisas, falar muitas coisas, mas pelo menos, bom senso também não falta. E isso tudo não me abala tanto assim, é só um dia de chuva sozinha que me trás de volta algumas coisas que não deveriam existir pra serem trazidas de volta, mas eu tenho consciência que agora eu tô no caminho certo e eu sei o que eu tenho que fazer pra não estragar isso, porque a última coisa que eu quero é estragar as coisas de novo.

E daí se meus textos são muito diretos? Foi-se o tempo de ficar escondendo coisas. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

“When Barney realizes that he’s in love with Robin it’s just like me looking at the stars and remember not a street but a park. ;~~~~~”
Só assim, sem data. 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Never Felt So Good To Be So Wrong

Isso, chora. Mas por quê? Pra não perder o hábito! Não é triste, do contrário, te faz querer rir. Mas só de saber que tu chorava enquanto eu chorava, me dá vontade de chorar. Agora não existe a mínima necessidade disso. Não faz sentido. Só sorri. Porque o tempo veio e fez tudo ficar bem. Mas chora, porque era pra tu ter chorado por isso enquanto tu chorava pelo oposto disso. E então chora e dá um sorriso ao mesmo tempo, pelo mesmo motivo.

domingo, 3 de abril de 2011

It's only a matter of time

E nunca mais vai ser igual. Mas pode ser melhor. Ficar um tempo longe de alguém ou alguma coisa te ajuda a crescer e enxergar de fora. E ajuda as coisas a serem exatamente como devem ser, melhor ou pior, mas nunca igual. E eu acho que eu preciso desse tempo agora, porque o tempo que tomamos claramente não foi o suficiente. E de ver que o tempo funciona em outros casos...É só um risco que a gente corre que esse crescimento distante torne tudo pior, mas certo.
Mas e se foi exatamente esse outro tempo que nos fez perder o rumo? E parece tão difícil. Tão difícil sentir, dizer, ouvir, esperar...Ah!, gostar e esperar. E esse medo que nos envolve, por não conseguirmos mais enxergar o caminho que estamos seguindo, por acreditar que essa estrada pode ter seu fim a qualquer momento, quando menos esperarmos, quando menos quisermos que ela acabe. E eu fico pisando em falso, com medo de cair e de te levar junto, e o pior de tudo: com medo de escorregar e apenas te ver caindo.  E eu não sei o que eu posso fazer em relação a isso até começar a ver as coisas de longe por mais tempo.
Mas quando é sobre você, eu não posso decidir, é só uma questão de tempo.

(Eu pensei em tantas pessoas enquanto escrevia isso que ninguém (e nem eu) vai conseguir entender pra quem é esse texto).

sexta-feira, 18 de março de 2011

Meio do fim

Trezentos e sessenta e seis dias depois e ela estava caminhando apressada para chegar logo no lugar do show. Mas seus passos foram ficando cada vez mais lentos e tristes...cada lugar que ela olhava, aquelas decorações festivas a perseguiam. O frio estava pior que o normal e parecia aumentar a medida que andava mais devagar. Como se seus pés a guiassem sem a ajuda do seu cérebro, foi reto em uma rua. Ao virar a esquina percebeu que só havia estado uma vez lá, há trezentos e sessenta e seis dias. Ao chegar ao final da rua, sentiu flocos de neve no seu nariz e uma lágrima solitária querendo fugir. Lembrou do real motivo de estar caminhando e tentou esquecer do resto. A noite ia caindo e percebeu que se não chegasse logo no bar, viraria boneco de neve. Sem ver mais nada fora do normal, conseguiu chegar ao lugar. Entrou e ficou agradecida pelo ambiente estar bem quente, mas desejou poder ir embora quando notou a quantidade de pessoas que havia lá. Foi até o bar e até pensou em pedir um chocolate quente, mas decidiu que um whisky a deixaria melhor, naquele momento. Feito isso, notou que já era hora de procurar por ele. Encontrou. Um abraço, um beijo no rosto, "como você está?", "bem frio, não? Veio andando? Vamos beber algo pra esquentar...". Estava quieta bebendo outro whisky ao lado dele, que parecia encomodado pelo desconforto de ambos. Ao olharem para o palco, aquele mesmo rapaz subiu com seu violão. Ela fechou os olhos, puxando uma concentração do fundo da sua mente. "Será que ainda está nevando? Lembra daquela vez que nós dois..." e um primeiro acorde fez ele parar a frase na metade, para a sorte dela. Eles se aproximaram do palco e ficaram um do lado do outro, apenas observando o rapaz cantar as belas melodias de sempre. Ela apenas ouvia, segurando a mesma lágrima solitária. Aquelas canções, aquelas que diziam tudo...E ela apenas sentia a pessoa ao seu lado, longe dela. Olhou para o outro lado, tentando não focar na música ou nele; viu pessoas que fizeram parte de um passado, que presenciaram coisas que pareciam fazer parte de outra vida, que presenciaram um amor entre pessoas tão diferentes. "É fim de ano, eu sei que vai ficar tudo bem depois da virada, como sempre", dizia ela para si mesma.
Mais tarde saiu daquele lugar com uma vitória pessoal de não ter deixado uma única lágrima rolar. Ele resolveu descer a rua com ela, disse que estava muito frio e escuro para ela ir sozinha. Ela até quis reclamar, porque de nada ele adiantaria contra o frio, mas ficou em silêncio. Ele ia na frente e ela atrás, com a cabeça baixa. E então notou que os pés dele viraram na mesma rua que os dela haviam virado sem querer antes. "Estivemos aqui no ano passado, lembra?", disse ele "eu gosto dessa rua". Ela parou, em choque com as palavras inesperadas, por que ele lembrava? Caminhou mais rápido até acompanha-lho. "O que você disse?" "que estivemos aqui no ano passado..." "ah, sim...". Pelo menos, estava nevando, não era uma tarde bonita e até mesmo quente, para a estação, como fizera a trezentos e sessenta e seis dias atrás. Ela achou melhor começar a contar qualquer coisa boba, principalmente ao passarem pelo lugar onde um beijo havia sido roubado (a trezentos e sessenta e seis dias atrás), só para evitar que ele fizesse algum outro comentário; mas logo o silêncio reinou entre eles. "Bom, é aqui que eu fico", disse ele, despertando a moça de seus devaneios. "Ah, bom, tchau então." "tchau, bom te ver hoje, hein?!" Um abraço, um beijo no rosto...A neve que caia no seu bom-humor era tanta que ela já não sabia se de fato nevava na rua. Foi só quando ela recomeçou a caminhar que percebeu que estava realmente frio, mais do que qualquer outro momento daquele dia. Mas seus pensamentos eram ainda mais frios, o que a deixava bem confusa, e ela só não conseguia decidir se era bom ou ruim. 
Trezentos e sessenta e sete dias e...

terça-feira, 15 de março de 2011

Ah, a sorte...

Algumas pessoas já haviam dito pra ele que aquilo era uma "sorte", ele nunca levou ninguém à sério. Uma vez, conversou sobre aquele assunto com a pessoa menos provável possível, e ela disse o que ele já cansara de ouvir "tu tens muita sorte". E dessa vez ele acreditou..."É assim, é perfeito", dizia para si mesmo. Mas logo essa ilusão foi devastada por um quarto que nunca imaginara presenciar tais fatos. Fechou sua cabeça para qualquer coisa que pudesse ser referente àquele assunto, sem ser o desgosto profundo por tudo que havia acontecido entre quatro paredes. Mas passado algum tempo, ele foi trazendo pensamentos racionais de volta à sua cabeça e aos poucos entendeu o que todos queriam dizer com "sorte". Ele percebeu que eles poderiam ter razão, mas ele nunca acreditou em sorte, de qualquer forma...

Em outra época, outro lugar, com outras pessoas, ele lembrava daquilo como se fosse um filme velho que ele assistira alguma vez no sotão de casa. Não foi sorte, foram apenas atitudes de duas pessoas conscientes. Consequência de escolhas, dele e de mais ninguém. E como o tempo ia apagando todos os preciosos detalhes daquele filme, ele quis acreditar que ele sempre teve o controle sobre tudo, que as escolhas foram todas dele, e que o amor que aquelas quatro paredes viram, foi apenas uma escolha. Não é?
Ou será que foi a sorte de duas pessoas aleatórias que nunca voltariam a olhar nos olhos uma da outra novamente?

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sobre...sentido? Certeza?

E aí te dizem algo que faz uma mudança drástica no sentido que tu achava que a tua vida tinha. Tu descobre que as certezas que tu tinha não são nada certas. Mas tudo está bem, tu consegue suportar uma grande mudança, aos poucos tu te acostuma àquela ideia e nem percebe mais. E então alguns detalhes vão surgindo, coisa pouca, que parecem não importar. Mas esses detalhes acabam se juntando e toda aquela grande mudança nos teus pensamentos, se torna uma mudança tão grande que tu não acredita que vá conseguir suportar. Não quer acreditar em mais nada, pensar em mais nada, sentir mais nada...Vivendo com o medo de que cada certeza que tu acha que tu tem, pode ser derrubada com simples palavras. Jogadas ao vento, como quem não quer nada...
Mas ainda assim, nem tudo está perdido, tu sabe que ainda pode se acostumar com tudo, notar que tudo passou e que nada mais faz diferença, que o que importa é o agora; tu ainda pode falar com quem parece se importar sobre o que está acontecendo, pode pegar opiniões e se sentir um pouco melhor...E é aí que tu percebe que tu sempre foi mais idiota do que achou que fosse, que todas essas mudanças acontecendo agora, giram em torno da tua falta de senso, tua falta de percepção. E com isso tu perde a vontade de falar com as pessoas, tu só quer fingir que está tudo bem, que nada aconteceu; tu sabe que as pessoas vão pensar coisas ruins sobre ti. Na tua cabeça, todos sempre estarão escondendo um pensamento. Um pensamento ruim ou bom, elas costumam fazer isso. Não faz diferença, tu já tem certeza que ninguém se importa mesmo...(e assim o post recomeça, over and over again).

terça-feira, 8 de março de 2011

Algum engano...

Quando ela menos esperou, estava tendo a conversa que sempre quis ter. Já fazia tanto tempo e naquele momento, nada parecia fazer sentido. Olhou para o chão e ficou se perguntando como as coisas poderiam ter sido. Tanto tempo, tantas coisas. Tudo tão diferente. Se as pessoas parassem de lhes dizer o que fazer...Menos de 24 horas depois, ela havia comentado com alguns o que havia acontecido, com o mínimo de detalhes, e menos de 24 horas depois, todo o tipo de opinião e pressão psicologica já lhe eram jogados. Menos de 24 horas depois, seus pensamentos iniciais já haviam sido tomados dela. Ninguém é capaz de perceber que não é uma escolha? Opiniões são aceitas, mas censuras e pressão sempre pioram tudo. Só deixa ela ser quem ela quer, e não quem tu quer que ela seja.
Ninguém consegue entender, ninguém acredita que ela possa passar por isso. Todos acham que têm que ajudar ela a sair disso, que têm que avisar como as coisas vão ser. Ninguém foi capaz de parar pra pensar que as coisas podem não ser como eles acham? Que não é mais a mesma coisa, que não é todo esse drama e que...Ninguém sabe como é, ninguém nunca soube.
Só seremos nós mesmos quando estivermos a sós e não escutarmos ninguém dizendo o que devemos fazer. =)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Noite

Acendi um cigarro. Não foi o primeiro e não ia ser o último da noite. Como eu já havia dito lá pelo terceiro "a noite nem começou ainda". Aquele foi um dia que me arrependi de não ter comprado um maço só pra mim. Preciso fumar quando tenho sentimentos em excesso. Raiva, tristeza, alegria, tensão...Já estava cansada de pedir cigarros aos meus amigos e não aguentava mais sentir o cheiro daquele mentolado, acabei pegando outro, mais forte. Esse era, mais uma vez, por raiva. Fazia horas que eu estava irritada, mas muito irritada. Estava tentando manter a calma, tentando participar de uma conversa. Ainda estava sóbria, a irritação me deixava assim. Parecia que nada ia me fazer ficar calma e esquecer o que tinha acontecido. Mas vi aqueles olhos claros se aproximando de mim. Cheiro e gosto. Mas não, não adiantou. Era preciso muito mais do que isso. Os olhos tiveram que chorar um pouco. E algum tempo depois, o cigarro em minha mão marcava alegria e ansiedade. Talvez um pouco de medo, e muita tensão. Mas não durou muito tempo, aqueles olhos claros são indecisos demais, e me vi virando um copo contra a raiva mais uma vez. Foi a noite mais longa da minha vida, minutos pareciam horas e eu olhava para o relégio a cada segundo esperando que já fosse a hora de eu ir pra casa. Mas depois de um tempo, os olhos indecisos voltaram a atacar, mas dessa vez não teria mais volta, eu ia passar o resto da noite (do dia, da semana, do mês) fumando um cigarro tenso e feliz. O brilho deles podia desviar dos meus, mas logo retornavam me fazendo feliz mais um pouco. O sol chegou finalmente, me traindo, àquela altura eu já não queria mais ir embora, queria que aqueles momentos durassem pra sempre. Todos já estavam dormindo e eu me vi fumando outro cigarro e entornando uma garrafa de vodka pela manhã. Alguém me acompanhou, fisicamente, porque meu cérebro não era capaz de ser acompanhado naquele momento, mal ele conseguia se acompanhar. Já não sabia mais o que estava acontecendo, não sabia mais o que pensar e não sabia mais o que era real.
Aqueles olhos me olharam mais uma vez e pareciam arrependidos de algumas ações, mas ainda assim, não mentiam, tudo era real, e cada palavra dita foi verdade.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

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Quando acontece algum tipo de bloqueio na tua vida e isso passa pros sonhos. É como correr muito atrás de alguma coisa e nunca sair do lugar. Oras, momento perfeito, seja nos sonhos ou não, só vai. Mas quando tu acha que chegou lá, tu tá só encarando o teto do teu quarto, seja nos sonhos ou não.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

She can't

"Ela não merece estar em nenhum lugar como esse, sozinha. Ela é menor de idade e muito corajosa, a identidade falsa dela a dava crédito. Ela senta no bar, os cavalheiros vão tentar muito. Ele disse que era uma noite só, mas o álcool não deixou ela entender. É, ele disse que era uma noite só, uma noite só. E o que te fez pensar que ele não ia achar a porta de manhã? Quando ele achou a cama tão fácil no escuro...E o bartender, que continua fingindo que está preocupado, diz: "garota, garota, você fica melhor quando você está sóbria". Ela reclama "não, não, só mais um", e um se transforma em quatro; o efeito do quarto drink. E o cavalheiro está a levando até a porta.
Ela pensou que podia comprar felicidade por garrafa."

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sobre "gostar e esperar"

"Fico olhando suas coisas, querendo entender por quê. Seus desenhos nessas mesas, tentando achar eu em você. Na hora de voltar, ainda no corredor, ali. Na rua à divagar, olho pro nada e lhe enxergo. Quando a gente não consegue nem mais evitar o olhar, seu sorriso, bem de leve, sabe lá onde vai levar. Pode ser que esteja achando que isso seja e não exista encanto algum...Já nem dói ir embora, e se não pode agora, eu espero."