quinta-feira, 28 de outubro de 2010

The Last Time He Saw Dorie

Tudo bem que já fazem alguns meses que essas imagens não aparecem na minha cabeça, mas até algum tempo atrás quando eu pensava em "desespero", "raiva", "tristeza", "agonia" e "pior cena que eu já vivi" o que vinha na minha cabeça era a imagem de uma rua escura e deserta, exceto por três pessoas além de mim. Eu fazendo mal pra alguém. E outras duas fazendo mal pra mim. Eu me sentindo horrível. A trilha sonora mais triste que eu poderia imaginar no momento. Essa foi a cena que me fazia pular da cama de madrugada, ligar a tv ou o rádio e fazer qualquer coisa pra esquecer. A cena que me fazia chorar e que me trazia milhares de outras cenas e que então eu não conseguia fugir. A cena que me fazia abrir a porta do quarto e chamar, qualquer hora, e minha companhia sempre vinha, sempre vinha pra eu chorar nela, sempre.
Agora isso me parece simplesmente ridículo. Não porque eu consegui "get_over" isso tudo, mas porque uma cena está substituindo. A cena de simplesmente a PESSOA mais importante pra mim me dar um sorriso e eu sentir o seu coração parar de bater no meu colo. Isso sim vai me fazer pular da cama...pra sempre. E agora eu não posso mais abrir a porta do quarto e chamar, eu tenho que simplesmente chorar e dormir com a tv ligada pra não me sentir sozinha. E isso me faz notar que eu ainda preciso crescer muito e passar por muita coisa. Que não é uma cena estúpida da pessoa que eu supostamente gostava ficando com outra que vai me atormentar pra sempre. E foda-se se eu estou falando essas coisas publicamente, a vida é muito mais do que isso, e só agora eu tive a oportunidade de perceber. Isso foi só a primeira coisa realmente RUIM que eu tive que passar, eu sei que virão coisas muito piores. E que é estupidez ficar triste durante anos por uma mesma coisa, uma mesma coisa relativamente idiota perto de tantas outras.

E bá, juro, quem OUSAR pensar em algo do tipo "it's just a dog", não olha mais na minha cara.

sábado, 23 de outubro de 2010

Assim não dá.

"Eu já tentei, não vou mudar. Já te falei que não há mais motivos pra eu tentar sempre te agradar. Sei o que você faz, é o que me faz pensar, que o que você quer é alguém pra ocupar o lugar...de quem NÃO vai voltar. Quem não existe mais. Quem te deixou pra trás.
E o que eu senti há um tempo atrás, nunca mudou, nem vai mudar. Pois saiba que apesar de eu tanto relutar, sempre vai ter alguém pra me fazer duvidar que tudo que eu quero é alguém pra ocupar o lugar...de quem não vai voltar. Quem não existe mais. Quem me deixou pra trás.
Não há o que conversar, não há o que lamentar. Há muito o que viver. Esqueça nossa história, esqueça tudo que eu fiz por você, esqueça nós dois, me conte depois como é viver sem lembrar. Lembrar de mim, ou de você  como um só."

A maioria das canções já não me diz mais nada.

domingo, 17 de outubro de 2010

And don't let go.

Tudo aconteceu tão rápido. Tudo passou tão rápido. Fico ouvindo Copeland e lembrando que era a única banda que tinha no meu mp3, que eu saia e ficava caminhando pela rua de noite ouvindo eles. Tentando achar uma maneira de entender tudo que estava acontecendo. Na casa da minha avó, nem na minha, não havia ninguém. Eu ficava sozinha por horas até que decidia caminhar. E eu ia, esperava o pôr-do-sol do alto da lomba e caminhava até ficar bem escuro e frio. Aquele Don’t Slow Down no repeat. Deitar naquela grama até as primeiras estrelas surgirem. Sozinha. Só pra tentar entender essa vida. Não sei ao certo, mas essas lembranças me dão uma perspectiva de felicidade. Eu aproveitei muito bem os meus momentos sozinha. E acho que foi isso que ajudou, que fez meus próximos meses serem os melhores. A melhor parte da minha ilusão. O ápice de tudo. Que acabou do mesmo jeito que começou, sem aviso prévio. E aí a vida passou levianamente. Pra que me deitar sob as estrelas sozinha se não tinha motivos pra pensar profundamente? Se isso só me lembrasse memórias de uma outra vida, um capítulo passado, um capítulo que eu queria de volta. Até certo ponto. Vou arrumar minhas malas.
*Eu quero um dia de chuva e um verão interminável.

You could take everything I have, just don't leave my side now. 
E o sentido, cadê? 


I can't ignore it.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Caio F. e descontentamentos

"[...]você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem ai como ele era bonzinho e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis.
Que foi que aconteceu, que foi meu Deus que aconteceu, eu pensava depois acendendo um cigarro no outro, e não queria lembar, mas não me saía da cabeça[...]"

"Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam para sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria. Mais que a sensação, densa certeza viscosa impedindo qualquer movimento em direção à luz. Além da certeza, premonição de um futuro onde não haveria o menor esboço de uma espécie qualquer não sabia se de esperança, fé, alegria, mas certamente qualquer coisa assim.
Eram dias parados, aqueles. Por mais que se movimentasse, gestos cotidianos, acordar, comer, caminhar, dentro dele uma coisa permanecia imóvel. Como se seu corpo fosse apenas a moldura do desenho de um rosto apoiado sobre uma das mãos, olhos fixos na distância. Ausentou-se, diriam ao vê-lo, se o vissem. Não era verdade. Nesses dias, estava presente como nunca, tão pleno e perto que estava também dentro do que chamaria - tivesse palavras, mas não as tinha - vaga e precisamente de: A Grande Falta.
Era translúcida e gelada. Tivesse olhos, seriam certamente verdes, com remotas pupilas."

"Ah: fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro o cheiro preciso dele."

"- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu."

Pessoas indecisas, complicadas e inconvenientes. Será que vocês não pensam ou são apenas egoístas? E onde está minha moral de falar uma coisa dessas? Tu não sabe de nada, mas eu sei. E fico vendo o que tu faz, não é nada tão grave, tem gente que me deixa mais transtornada. Mas tem certas pessoas que são especiais, que mesmo fazendo pouco conseguem me deixar abalada. Dizer que essas pessoas são especiais não significa que eu não goste delas, mas sim que elas são tão importantes ao ponto de me irritar profundamente e me fazer gritar no silêncio do meu quarto. E não faz mais sentido dizer “e essas pessoas não têm nem ideia do efeito que fazem” porque têm sim, e ouso dizer que é proposital. Pensando assim, parece que isso é muito importante na minha vida, mas não é pra tanto. Aliás, não consigo decidir o nível de importância que esses detalhes têm, mas creio que, principalmente agora, não muito. Ou, principalmente agora, mais que o normal.


Outra coisa que eu venho desprezando muito ultimamente é amizade por interesse. Que coisa baixa. Que coisa falsa. Eu odeio falsidade. Eu não vou me prolongar no assunto, as pessoas tendem a achar que tudo que é escrito em qualquer lugar é pra elas.
Mas não é.
Right?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mas não são contratos.

Cansei de constatar coisas, venho fazendo isso já faz um tempo. Constatações mentais não fazem muito efeito em mim mais, eu preciso passar pelos tais momentos e ter provas concretas de que os meus pensamentos têm razão dessa vez. É, porque é muito difícil eles terem razão. Me acostumei a errar sempre e agora a sensação de acertar parece muito estranha e errada. Mas eu tenho que acreditar que eu estou no caminho certo dessa vez, porque pelo menos eu tenho que acreditar em mim mesma. Eu já consigo entender os pontos em que eu sou fraca e os pontos em que sou "preguiçosa", tudo que eu tenho que fazer é evitar um momento de fraqueza.
Faz alguns dias que venho falando do "teto do abraço". Um abraço é um bom exemplo de constatação concreta. Eu não sei se as coisas que percebi foram devido ao meu estado um pouco alterado ou se eu conseguiria enxergar aquilo mesmo bem; mas por alguns momentos eu senti o sentimento que a outra pessoa sente em mim, em mim. Ninguém entendeu isso quando eu contei, mas passado alguns dias vieram me falar que de fato fazia sentido. Percebi que aquele abraço poderia durar pra sempre, que eu não me importaria, mas que eu não sentia exatamente a mesma coisa. Para piorar um pouco mais minhas confusões mentais, ocorreu outra constatação concreta, que não constou coisa nenhuma, mas fiquei me perguntando o motivo para o resto do dia, esse eu acredito que seja só pra me bagunçar mais. Quando achei que nada mais poderia acontecer, um terceiro abraço veio completamente inesperado e me deixou atordoada. Mais uma vez me perguntei se era devido a alteração "mental", dessa vez da outra pessoa. Passei alguns dias pensando nesses três abraços e ainda não consegui constatar muita coisa que eu possa por em palavras, apenas que o sentimento sempre existe, sempre está acontecendo.
Para algumas pessoas um abraço pode não significar muita coisa, mas pra mim diz muito mais do que uma conversa longa, e depois que eu percebi o sentimento da outra pessoa por mim...simplesmente não tem como expressar o sentimento bom de entendimento que rola, contigo mesmo.
Eu não espero que alguém entenda o "teto do abraço", mas vai que um dia acontece com vocês e vocês chegam aqui pra me dizer que foi foda!