segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Sobre quinta dovinho, um pouco de Muggy e menos ainda de Cord.

O que mais me irrita é que as coisas mudam e eu não tenho tempo de aproveitar. E eu não tenho tempo de notar que eu DEVERIA aproveitar. Só queria caminhar até o total com um "corpo de cristo” e passar o dia reclamando sem saber que esses são os melhores dias de todos. Com flores, pessoas, folhas, cigarros, moisas e gagas atirados na calçada. Porque nós somos as flores e fazemos parte do total, já havia se tornado banal. Quero sentar naquela escada até o Mil-Tons reclamar que estamos bebendo onde não pode; quero fumar meus cigarros mentolados e ouvir alguém perguntar "isso tudo fui eu que fiz?"; quero comprar uma capirinha e ganhar o chopp na promoção, e achar ambos maravilhosos; quero peregrinar pelo shopping inteiro com a guitarra mais foda do universo assaltando as pessoas e deixando um ingresso; quero ficar até muito depois da minha hora e dizer que eu estava ensaiando; quero só ficar lá, observando pessoas legais convivendo; mais importante de tudo, quero ter fome depois que cansar de beber vinho e subir pra comprar um Cheddar por R$5,00 e voltar completamente amarela; quero reclamar que tudo é tenso e que eu não aguento mais; passar o dia INTEIRO falando "tenso"; quero estar com as cinco melhores pessoas do mundo, sem nem saber que eles são os meus cinco; quero planejar como iremos e o que beberemos na Hot do dia seguinte; fazer altos planos pro Cord sem ter ideia de que eles darão certo; quero voltar pra casa em um carro com vinte pessoas; ou posso voltar de ônibus, descer várias paradas depois, parar na minha vó pra ficar bem e vir pra casa mais tarde ainda; quero só dormir com um sorriso roxo nos lábios e acordar fazendo o solinho de "cada poça". E eu não vou nem me aprofundar nas sextas de noite, já tinhamos um lugarzinho com o nosso nome no Cord Night Club.
Eu só acho que estou ficando velha demais pra essas coisas...Até porque eu não conheço mais quem aparece no kzuka. :~

http://www.fotolog.com.br/juuuu_b/38245743

"Um abraço forte, bem melhor agora, gira e tudo muda de lugar. Todos os amigos, ninguém foi embora! Apaga a luz lá fora, sempre é hora de brilhar."

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O mistério do cavalo de Édipo

Perguntou a Medusa para Édipo:
- Escuta aqui, você viu bem onde amarrou seu cavalo?
(O cavalo era um Pégasozinho meio de quinta. Mas com asas.)
- Hein? – resmungou Édipo, as rédeas ainda na mão.
- Não faz o distraído comigo que eu te petrifico, viu? – gritou a Medusa, que era muito temperamental. – Te conheço e não é de hoje.
- Saco – murmurou Édipo. – Sempre onipotente.
Medusa ficou uma fúria:
- Olha nos meus olhos já! – ordenou. – Direto nos meus olhos, seu panaca! – Ela olhou fundo nos olhos dele. As cobrinhas da cabeça ficaram em pé. – Considere-se petrificado.
- Naja idiota – bocejou Édipo. – Não vê que sou cego?
Medusa bateu na testa:
- É mesmo! Por Juno, eu tinha esquecido.
Sei, sei. O enigma, Tebas, Jocasta, aquela baixaria toda. Cuspiu de lado: - Tarado.
Édipo ia reagir quando chegou Perséfone: percebeu pelo excesso de perfume no ar. Sim, pensou, Perséfone tinha mesmo ficado meio tang demais depois de superada aquela horrível fase dark no Hades.
- Édipo, meu gato! – ela gritou. – Nossa, quanto tempo. Desde aquela tarde em Elêusis, quem diria? – Começou a falar outra abobrinha qualquer, mas interrompeu-se com um grito: - Por Palas-Atena, baby: você viu bem onde amarrou seu cavalo?
- Perua! – interrompeu a Medusa. – Eu já dei o toque pra ele.
Perséfone fez que não ouviu. Já tinham rolado uns lances entre elas no verão passado, em Creta (Medusa calçava 52, bico largo). Super-heavy: Perséfone preferiu tirar o time. Mais ainda depois que conhecera Teseu, na musculação. Insistiu, como se Medusa não existisse.
- Mas me diz, meu bem: você viu onde amarrou seu cavalo?
- Eu não vejo, pô – rosnou Édipo. – E você que vê, por Cronos, poderia me fazer o enorme favor de dizer, Parcas, onde...
Perséfone era muito dispersiva. Nesse momento olhou para cima e viu o inconfundível acrílico de asa-delta de Ícaro. Chamou:
- Ícaro! Ícaro, desça já-já aqui, seu piradinho!
Ícaro desceu. Não porque tivesse ouvido (ao voar, usava sempre head-phones com som de Phillip Glass: dava o maior clima), mas por coincidência tinha olhado para baixo e visto os três. Quatro com Pégaso.
- E aí, lasanha? Dando banda? – Perséfone era demais galinha.
- Estou procurando Apolo – respondeu Ícaro, muito digno.
Baixo-astral como era, Medusa não perdeu a oportunidade:
- Apolo? Acabei de vê-lo com Narciso, nos Jardins com as Hespérides. Aliás, nunca vi Narciso tão bonito. Herítia apresentou uns pomos pra eles. E você precisava ver, que gracinha, Apolo dando pedacinhos pra ele.
Ícaro ficou lívido. Estava a ponto de rodar a cariátide quando Perséfone, diplomatiquérrima (era Libra), cortou:
- Você conhece Édipo, Ícaro?
- Prazer – disse Ícaro, estendendo a mão. – Ícaro.
- Édipo – disse Édipo, uma mão nas rédeas, outra tateando no ar. – Escuta, você não é o filho de Dédalo?
- Você conhece meu pai? Ele... – Ícaro parecia encantado, mas interrompeu-se com um grito: - Por Vulcano, Édipo! Você viu bem onde amarrou seu cavalo?
            Foi então que Édipo sacou que a situação era realmente grave. Soltou as rédeas e disse aquela frase que acabou entrando para a história: - Por Zeus, vocês que vêem querem parar com essa galinhagem e me dizer de uma vez por todas: onde foi que eu vim amarrar meu cavalo?
Caio Fernando Abreu




Achei simplesmente genial. 

Ela amava alguém que não existia mais

"Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a) - mas a morte é inevitável, e por tanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte    anormal    . O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo - porque se    poderia     ter, já que está vivo(a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER."

E a cena 1 ultrapassa a cena 2, meu caro Caio.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Outra sobre morte; Outro sobre coisa alguma que faça parte da vida real.

He woke up from dreaming and put on his shoes, started making his way past, two in the morning, he hasn't been sober for days. Leaning now into the breeze, remembering sunday, he falls to his knees...They had breakfast together, but two eggs don't last like the feeling of what he needs. Now this place seems familiar to him, she pulled on his hand with a devilish grin, she led him upstairs, left him dying to get in. "Forgive me, I'm trying to find my calling, I'm calling at night. I don't mean to be a bother, but have you seen this girl? She's been running through my dreams and it's driving me crazy, it seems...I'm gonna ask her to marry me". Even though she doesn't believe in love, he's determined to call her bluff, who could deny these butterflies they're filling his gut? Waking the neighbors, unfamiliar faces, he pleads though he tries, but he's only denied, now he's dying to get inside. "The neighbors said she moved away, funny how it rained all day. I didn't think much of it then, but it's starting to all make sense. Oh, I can see now that all of these clouds are following me in my desperate endeavor to find my whoever, wherever she may be".
"I'm not coming back, (forgive me) I've done something so terrible, I'm terrified to speak (I'm not calling), but you'd expect that from me, I'm mixed up, I'll be blunt (you're driving me crazy). Now the rain is just washing you out of my hair and out of my mind. Keeping an eye on the world from so many thousands of feet off the ground, I'm over you now, I'm at home in the clouds, towering over your head". "I guess I'll go home now".

Yes, I'd expect that from you.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Sobre "Pieces"; Sobre coisa alguma que faça parte da vida real.

Uns "te amo" perdidos e sem sentido. Lembranças que parecem ser de outra pessoa. E um abraço que parece o mesmo, que parece querer dizer alguma coisa, mas que muda de ideia e acaba não dizendo nada; acaba deixando mais frases inacabadas no meio de tantas outras. Essas frases lutam pra fazer algum sentido pra qualquer pessoa, mas ninguém parece capaz de nem mesmo enxergar essas palavras soltas como uma frase. Essas lembranças não são minhas, não podem ser; e as frases antigas que pareciam fazer sentido não parecem mais terem sido ditas pra mim.
Mas foram.
As lembranças são minhas.
As frases eram minhas.
Os abraços eram meus.
Os sorrisos eram meus.
Toda a positividade era minha.
Mas eu era outra pessoa.
Eu e você éramos outras pessoas.
Pessoas diferentes em um mundo diferente.

Nada mais faz sentido aqui.
Acho que tudo fará sentido quando o abraço conseguir formar frases inteiras e que queiram dizer alguma coisa.
E então nada mais precisará ser dito.

Nothing was worth it. Right?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Death of me

"She's a pretty girl, she's always falling down, and I think I just fell in love with her...but she will never remember. And I can always find her at the bottom of a plastic cup, drowning in drunk's sincerity, a sad and lonely girl. Quit crying your eyes out, baby, come on. Isn't there something familiar about me? The past is only the future with the lights on. And she said: "I think we're running out of alcohol,  tonight I hate this fucking town and all my best friends will be the death of me, and they will never remember. So please, take me far away, before I'm melt into the ground and all my words get used against me". A sad and lonely girl."

Memories

Esse negócio está parado no meu ombro feito um urubu, esperando eu cair aos pedaços para parar do meu lado e assistir minha queda. Como um fantasma do passado.
Que saudade que eu sinto disso tudo. E a PIOR parte é saber que ainda tem um fiapo de esperança, que ainda existem palavras a serem ditas, que ainda tem um prazo.
Eu só precisava de uma chance pra fazer tudo dar certo, mas essa chance foi jogada fora sem se pensar duas vezes. Por mim? Não sei quanto tempo pode levar para a realidade ser encontrada, mas pelo jeito pode ser muitos e muitos meses.
Me arrependo de não ter deixado tudo continuar. Me arrependo de ser assim agora. E sou eu quem deveria me arrepender? Ódio, amor. Afeto, raiva.
Sinto falta da felicidade excessiva que parece que nunca mais vai voltar.
Eu SEI que nunca mais vai voltar.
I didn't mean...

domingo, 21 de novembro de 2010

Eu não sei, eu não sou

"Eu te falei que tudo acaba em um segundo. Eu me lembrei que o começo é bem melhor do que o final, que tudo muda, nada continua igual. O tempo passa e os nossos planos ficam só na nossa imaginação. E se eu errei, por favor, peço perdão. Ainda sim eu sabia que de novo eu conheceria o nome do jogo. É tão difícil estarmos sós...Eu me lembrei, tão poucas vezes de você eu duvidei, fazia tudo pra poder te encontrar, ficar sozinho dava tempo pra pensar. Em um minuto horas voavam e eu fazia de tudo para te ver. E se eu errei, por favor, foi por você. Ainda assim voltaria novamente pra descrever o que a gente sente. É tão difícil estarmos sós...Eu sei, tem algo errado e quando olhei você bem do meu lado foi que eu percebi, podia ser pior e a gente ficar só ali, parado a toa, procurar você em outra pessoa...mas eu descobri, podia ser pior. Eu não sei, eu não sou, eu já nem lembro mais de onde vim, onde estou, eu já não sou capaz, é que quando eu te vejo até me esqueço que o tempo passou e que a gente não vai se ver mais."

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

You're my, you're my...

Eu acho que pode ter diversas pessoas mais bonitas. Mas tem essas em especial que me atraem, e eu não vou negar que a principio tudo que me chama atenção é a beleza, e nada além disso. Que eu sou atraída da maneira mais fútil possível. Mas depois isso nem importa, a beleza acaba sendo lucro. Me encantam de um jeito absurdo, e são muito poucas pessoas que fazem isso comigo. Que o sorriso faz esse efeito em mim. Que eu poderia ficar olhando o dia inteiro não só por causa da beleza, mas cada detalhe que me encanta. E depois desse encantamento, a beleza pode sumir que eu não vou mais me importar.
"Apenas um rosto bonito", ha, não é bem assim, esse rosto já não precisava ser tão bonito.

domingo, 14 de novembro de 2010

And we know that it could be

Acontece que cada dia eu noto que meus problemas cada vez pioram mais. Ou que sempre estiveram ali, mas as oportunidades pra eles aparecerem ficaram mais propicias. E quando eu digo "problemas" quero dizer os meus comigo mesma.
Mas e quando eu percebo que tudo que eu sempre reclamei e odiei é o que na real eu quero de verdade? Não gosto de ficar acomodada, de ter tudo direitinho e certo, de ter pra mim o sentimento que eu sempre quis sem ouvir reclamações da falta de reciprocidade. Preciso de complicações, preciso ter o que pensar antes de dormir...E mesmo que eu tenha um pouco disso ainda, que eu ainda pense nessas coisas, agora é algo muito distante. Algo de outra vida, algo que não compete a mim interferir ou tentar mudar. Que não faz mais diferença. Eu ainda fico tentando imaginar que tenho tais problemas pra resolver, mas eu não tenho e sei disso. E o outro problema eu nunca tive, esse que só serve pra eu reclamar vez ou outra. Tento transformar pequenas coisas em grandes, só pra ter o que resolver. Preciso de complicações. De alguém que acorde dizendo que sim e vá dormir dizendo que não. E não é disso que eu reclamo todos os dias? Que eu digo que não quero e odeio? Mas eu não consigo viver sem, é uma relação de ódio e amor com esse tipo de coisa. Porque EU acordo gostando e vou dormir odiando. Quero meus jogos de volta, eu odeio eles. Mas e qual é a graça agora? Eu quero alguém que tente entender o que eu quis dizer aqui. E que pense parecido. Eu queria saber administrar as coisas que aconteciam quando elas aconteciam, e não ficar pensando agora no que eu poderia ter feito...

O que é bom a vida dá pra depois poder roubar e morrer de rir ao ver que você não tem mais.

O destino é inexorável. 

(É o Natal que me deixa assim, em JANEIRO tudo passa.)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

The Last Time He Saw Dorie

Tudo bem que já fazem alguns meses que essas imagens não aparecem na minha cabeça, mas até algum tempo atrás quando eu pensava em "desespero", "raiva", "tristeza", "agonia" e "pior cena que eu já vivi" o que vinha na minha cabeça era a imagem de uma rua escura e deserta, exceto por três pessoas além de mim. Eu fazendo mal pra alguém. E outras duas fazendo mal pra mim. Eu me sentindo horrível. A trilha sonora mais triste que eu poderia imaginar no momento. Essa foi a cena que me fazia pular da cama de madrugada, ligar a tv ou o rádio e fazer qualquer coisa pra esquecer. A cena que me fazia chorar e que me trazia milhares de outras cenas e que então eu não conseguia fugir. A cena que me fazia abrir a porta do quarto e chamar, qualquer hora, e minha companhia sempre vinha, sempre vinha pra eu chorar nela, sempre.
Agora isso me parece simplesmente ridículo. Não porque eu consegui "get_over" isso tudo, mas porque uma cena está substituindo. A cena de simplesmente a PESSOA mais importante pra mim me dar um sorriso e eu sentir o seu coração parar de bater no meu colo. Isso sim vai me fazer pular da cama...pra sempre. E agora eu não posso mais abrir a porta do quarto e chamar, eu tenho que simplesmente chorar e dormir com a tv ligada pra não me sentir sozinha. E isso me faz notar que eu ainda preciso crescer muito e passar por muita coisa. Que não é uma cena estúpida da pessoa que eu supostamente gostava ficando com outra que vai me atormentar pra sempre. E foda-se se eu estou falando essas coisas publicamente, a vida é muito mais do que isso, e só agora eu tive a oportunidade de perceber. Isso foi só a primeira coisa realmente RUIM que eu tive que passar, eu sei que virão coisas muito piores. E que é estupidez ficar triste durante anos por uma mesma coisa, uma mesma coisa relativamente idiota perto de tantas outras.

E bá, juro, quem OUSAR pensar em algo do tipo "it's just a dog", não olha mais na minha cara.

sábado, 23 de outubro de 2010

Assim não dá.

"Eu já tentei, não vou mudar. Já te falei que não há mais motivos pra eu tentar sempre te agradar. Sei o que você faz, é o que me faz pensar, que o que você quer é alguém pra ocupar o lugar...de quem NÃO vai voltar. Quem não existe mais. Quem te deixou pra trás.
E o que eu senti há um tempo atrás, nunca mudou, nem vai mudar. Pois saiba que apesar de eu tanto relutar, sempre vai ter alguém pra me fazer duvidar que tudo que eu quero é alguém pra ocupar o lugar...de quem não vai voltar. Quem não existe mais. Quem me deixou pra trás.
Não há o que conversar, não há o que lamentar. Há muito o que viver. Esqueça nossa história, esqueça tudo que eu fiz por você, esqueça nós dois, me conte depois como é viver sem lembrar. Lembrar de mim, ou de você  como um só."

A maioria das canções já não me diz mais nada.

domingo, 17 de outubro de 2010

And don't let go.

Tudo aconteceu tão rápido. Tudo passou tão rápido. Fico ouvindo Copeland e lembrando que era a única banda que tinha no meu mp3, que eu saia e ficava caminhando pela rua de noite ouvindo eles. Tentando achar uma maneira de entender tudo que estava acontecendo. Na casa da minha avó, nem na minha, não havia ninguém. Eu ficava sozinha por horas até que decidia caminhar. E eu ia, esperava o pôr-do-sol do alto da lomba e caminhava até ficar bem escuro e frio. Aquele Don’t Slow Down no repeat. Deitar naquela grama até as primeiras estrelas surgirem. Sozinha. Só pra tentar entender essa vida. Não sei ao certo, mas essas lembranças me dão uma perspectiva de felicidade. Eu aproveitei muito bem os meus momentos sozinha. E acho que foi isso que ajudou, que fez meus próximos meses serem os melhores. A melhor parte da minha ilusão. O ápice de tudo. Que acabou do mesmo jeito que começou, sem aviso prévio. E aí a vida passou levianamente. Pra que me deitar sob as estrelas sozinha se não tinha motivos pra pensar profundamente? Se isso só me lembrasse memórias de uma outra vida, um capítulo passado, um capítulo que eu queria de volta. Até certo ponto. Vou arrumar minhas malas.
*Eu quero um dia de chuva e um verão interminável.

You could take everything I have, just don't leave my side now. 
E o sentido, cadê? 


I can't ignore it.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Caio F. e descontentamentos

"[...]você pode pelo menos mandar cartões-postais de lá, para que as pessoas pensem nossa, como é que ele foi parar em Sri Lanka, que cara louco esse, hein, e morram de saudade, não é isso que te importa? uma certa saudade: em Sri Lanka, brincando de Rimbaud, que nem foi tão longe, para que todos lamentem ai como ele era bonzinho e nós não lhe demos a dose suficiente de atenção para que ficasse aqui entre nós, palmeiras e abacaxis.
Que foi que aconteceu, que foi meu Deus que aconteceu, eu pensava depois acendendo um cigarro no outro, e não queria lembar, mas não me saía da cabeça[...]"

"Feito febre, baixava às vezes nele aquela sensação de que nada daria jamais certo, que todos os esforços seriam para sempre inúteis, e coisa nenhuma de alguma forma se modificaria. Mais que a sensação, densa certeza viscosa impedindo qualquer movimento em direção à luz. Além da certeza, premonição de um futuro onde não haveria o menor esboço de uma espécie qualquer não sabia se de esperança, fé, alegria, mas certamente qualquer coisa assim.
Eram dias parados, aqueles. Por mais que se movimentasse, gestos cotidianos, acordar, comer, caminhar, dentro dele uma coisa permanecia imóvel. Como se seu corpo fosse apenas a moldura do desenho de um rosto apoiado sobre uma das mãos, olhos fixos na distância. Ausentou-se, diriam ao vê-lo, se o vissem. Não era verdade. Nesses dias, estava presente como nunca, tão pleno e perto que estava também dentro do que chamaria - tivesse palavras, mas não as tinha - vaga e precisamente de: A Grande Falta.
Era translúcida e gelada. Tivesse olhos, seriam certamente verdes, com remotas pupilas."

"Ah: fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suicídios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro o cheiro preciso dele."

"- Você tem um cigarro?
- Estou tentando parar de fumar.
- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.
- Você tem uma coisa nas mãos agora.
- Eu?
- Eu."

Pessoas indecisas, complicadas e inconvenientes. Será que vocês não pensam ou são apenas egoístas? E onde está minha moral de falar uma coisa dessas? Tu não sabe de nada, mas eu sei. E fico vendo o que tu faz, não é nada tão grave, tem gente que me deixa mais transtornada. Mas tem certas pessoas que são especiais, que mesmo fazendo pouco conseguem me deixar abalada. Dizer que essas pessoas são especiais não significa que eu não goste delas, mas sim que elas são tão importantes ao ponto de me irritar profundamente e me fazer gritar no silêncio do meu quarto. E não faz mais sentido dizer “e essas pessoas não têm nem ideia do efeito que fazem” porque têm sim, e ouso dizer que é proposital. Pensando assim, parece que isso é muito importante na minha vida, mas não é pra tanto. Aliás, não consigo decidir o nível de importância que esses detalhes têm, mas creio que, principalmente agora, não muito. Ou, principalmente agora, mais que o normal.


Outra coisa que eu venho desprezando muito ultimamente é amizade por interesse. Que coisa baixa. Que coisa falsa. Eu odeio falsidade. Eu não vou me prolongar no assunto, as pessoas tendem a achar que tudo que é escrito em qualquer lugar é pra elas.
Mas não é.
Right?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Mas não são contratos.

Cansei de constatar coisas, venho fazendo isso já faz um tempo. Constatações mentais não fazem muito efeito em mim mais, eu preciso passar pelos tais momentos e ter provas concretas de que os meus pensamentos têm razão dessa vez. É, porque é muito difícil eles terem razão. Me acostumei a errar sempre e agora a sensação de acertar parece muito estranha e errada. Mas eu tenho que acreditar que eu estou no caminho certo dessa vez, porque pelo menos eu tenho que acreditar em mim mesma. Eu já consigo entender os pontos em que eu sou fraca e os pontos em que sou "preguiçosa", tudo que eu tenho que fazer é evitar um momento de fraqueza.
Faz alguns dias que venho falando do "teto do abraço". Um abraço é um bom exemplo de constatação concreta. Eu não sei se as coisas que percebi foram devido ao meu estado um pouco alterado ou se eu conseguiria enxergar aquilo mesmo bem; mas por alguns momentos eu senti o sentimento que a outra pessoa sente em mim, em mim. Ninguém entendeu isso quando eu contei, mas passado alguns dias vieram me falar que de fato fazia sentido. Percebi que aquele abraço poderia durar pra sempre, que eu não me importaria, mas que eu não sentia exatamente a mesma coisa. Para piorar um pouco mais minhas confusões mentais, ocorreu outra constatação concreta, que não constou coisa nenhuma, mas fiquei me perguntando o motivo para o resto do dia, esse eu acredito que seja só pra me bagunçar mais. Quando achei que nada mais poderia acontecer, um terceiro abraço veio completamente inesperado e me deixou atordoada. Mais uma vez me perguntei se era devido a alteração "mental", dessa vez da outra pessoa. Passei alguns dias pensando nesses três abraços e ainda não consegui constatar muita coisa que eu possa por em palavras, apenas que o sentimento sempre existe, sempre está acontecendo.
Para algumas pessoas um abraço pode não significar muita coisa, mas pra mim diz muito mais do que uma conversa longa, e depois que eu percebi o sentimento da outra pessoa por mim...simplesmente não tem como expressar o sentimento bom de entendimento que rola, contigo mesmo.
Eu não espero que alguém entenda o "teto do abraço", mas vai que um dia acontece com vocês e vocês chegam aqui pra me dizer que foi foda!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Can't be with you.

E se o que a gente precisa é apenas alguém pra dar moral ao nosso sentimento? Pra dar forças pra essa ilusão...Mas chega uma hora que a pessoa cansa de jogar com os sentimentos dos outros e simplesmente deixa pra lá. E eu fico me perguntando "será que tu sente a minha falta?". É a minha maior dúvida. 
Apesar de não gostar da maioria das pessoas, penso muito bem deles. Sempre penso o melhor, mas acabam me mostrando o pior. Mas eu tenho certeza que deve existir alguém que pensou muito bem de mim e que agora eu não lembro mais quem é. 
Acontece que eu sinto falta de todos vocês. De alguns que ainda não me deixaram. E eu fico me perguntando se vocês sentem também, mas é sempre difícil de acreditar. Tem gente que eu sei que sente ou que iria sentir, que eu acredito nas suas palavras, que eu sei que os sentimentos são de verdade. Outras pessoas me fazem desacreditar em poucas horas. 
De verdade, eu não acredito em ti. E eu sinto a tua falta.
Don't you miss me?

Não quero te ver até você aprender que as vezes é tudo ou nada.

sábado, 25 de setembro de 2010

Levou a minha paz.

Se eu consegui largar o vício que agora senta ao meu lado, me sinto capaz de largar qualquer outro. O cigarro não me parece mais necessário, eu o usava pra aplacar outro vício, como um balanceamento. Não vejo mais motivos agora. Ao largar um, o outro simplesmente se foi. 
A vida parece fácil vista de longe. 


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Stargazing


Always Like This

Quem for um bom observador verá a raiva e a tristeza perpassarem pelos meus olhos. Um bom observador que conheça esses olhos, tendo sempre consciência que meus lábios não desmentiram nada. E esse bom observador desviará os seus dos meus, fingindo estar tudo bem. Eu sei que eu devo ter paciência, mas às vezes esses sentimentos não se limitam apenas ao fundo dos meus olhos e é necessário um autocontrole muito maior. Eu nunca fui boa nisso, nem em autocontrole ou qualquer outro tipo de controle. Mas eu sei que pelos olhos alheios perpassam sentimentos de vitória, vingança e todas essas coisas fúteis e desnecessárias a um ser humano que deseja viver em paz. E é pior ainda quando meus ouvidos ouvem o contrário dos sentimentos escondidos nessas pupilas dilatadas, um vivente que engana a si mesmo está completamente perdido. Perdido em si, nos seus sentimos, mas ainda assim se declarando superior a todos os outros. Sem a mínima ideia, sem se dar conta que a primeira pessoa que olha nesses olhos que escondem a verdade é ele mesmo, pela manhã, ao se olhar no espelho, o primeiro a ser enganado. Até que um dia essas enganações terão fim, e eu vou dizer mais uma vez que pessoas previsíveis me cansam, me irritam e me fazem perder tempo, podendo finalmente liberar os sentimentos guardados no fundo dos meus olhos e errando, como eles, em deixar um rastro de felicidade por vingança ser visto, me juntando pateticamente a quem eu desprezo.

Surprise!

Saí de casa achando que minha atenção ia se dividir em duas pessoas. Porém se dividiu em três, uma delas era eu mesma. Já minha raiva ficou só com as outras duas. Não, não, tu não me deve nada. Nem um "goodbye". Ninguém me deve nada, pra falar a verdade. O problema é sempre esperar demais das pessoas.
Era tão banal que eu me surpreendo de não querer, não precisar. Me surpreendo de estar longe. Me surpreendo de me irritar depois. Me surpreendo de gostar tanto de um abraço e de ficar tão irritada de ser deixada.
Surpresas da vida, sempre esperando na próxima esquina.

See that line?

As coisas não fazem mais sentido. Não sinto falta de alguém, sinto falta de um sentimento. Parece que eu estou indo em direção ao limite, eu vejo a linha onde eu devo parar. Eu espero conseguir parar. Não quero nem chegar até lá. Ao mesmo tempo quero. E então, a meio caminho de fuga eu paro e deixo me levarem de volta. Fico querendo fugir pra um lugar diferente. Mas eu sinto esse vazio e tento, juro que tento, mas eu não consigo mais. A estupidez vai além da minha tolerância. Isso é bom pra mim, dizem. Bom pra mim era outra época, outra(s) pessoa(s). Só eu sei o que é bom pra mim, e se eu não sei, ninguém mais sabe. No entanto, às vezes me sinto tão perdida que parece que algumas pessoas me conhecem melhor do que eu mesma. E com certeza já teve alguém que sabia mais que todos sobre mim, e surpreendia meus próprios sentimentos.
Alguns sentimentos se confundem às vezes. Mas eu já fui pega de surpresa outra vez. Como pode alguém aprender detalhes sobre outra pessoa tão rapidamente? Talvez melhor fugir do que se arrepender um pouco de novo.


That's exactly where I lost it.

Problemas que você tenta esconder

Eu não gosto de sentir algo por alguém que seja menos do que a outra pessoa sente por mim, isso deve ser a coisa mais frustrante do mundo. Consequentemente não gosto de que alguém sinta por mim mais do que eu sinto. Detesto quando alguém diz que me ama e eu não posso dizer o mesmo. Tenho vontade de sair gritando e sacudindo as pessoas, pedindo para as certas me falarem, novamente, o que eu quero ouvir. Não gosto de ter sempre algo pra resolver, algo que não ficou bem esclarecido. Não gosto de ciúmes. É a coisa mais chata que pode existir. É o que eu mais sinto. Eu acredito que eu seria muito menos infeliz se eu não sentisse ciúmes de tudo. Eu não gosto de usar as pessoas que gostam de mim mais do que eu gosto delas pra fazer ciúmes ou planejar algum tipo de vingança; mas eu faço isso. Detesto o fato de que eu não consigo mais agir sem ter um plano bem estruturado com todas as variáveis calculadas; eu não sou boa em matemática. Odeio o fato de como as coisas mudam tão rápido sem dar tempo pra me preparar pra isso; quando eu acustumo, muda de novo. Detesto quando nem dá tempo de eu botar as ideias no lugar e tudo aquilo que eu passei dias e noites pensando muda completamente e eu tenho que repensar tudo; não saio do lugar, só volto mais pra trás. Odeio que quando eu penso que entendi o porquê de as pessoas agirem de tal maneira elas me surpreendem de uma maneira que eu nunca pensei; drama. Não gosto de como ninguém consegue me entender como eu gostaria; eu acho que entendo eles. Não gosto de quando eu sei o quão previsivel as pessoas são e minhas "previsões" demoram muito tempo pra acontecer; eu erro. Não gosto de como algumas pessoas acham que eu sempre vou conseguir fazer elas sorrirem; eu sou/estou tão vazia quanto tu. Não gosto do fato de que algumas pessoas não acreditam, ou esquecem, de como eu sempre vou dar o máximo de mim pra ver um sorriso e ouvir palavras legais; não ouço. Não gosto de como eu me sinto sozinha estando com tanta gente que gosta de mim na minha volta; falta de força de vontade. Odeio o fato de eu ser tão pessimista que se ficar sozinha por alguns minutos me deprimo tanto que tenho vontade de nunca mais sair de casa; a maior parte do tempo eu estou sozinha. Odeio o fato de eu não conseguir ser egoísta com certas pessoas; ninguém nota.
Não tem sombras onde você está?

Pra Que?

Fico calada ou não digo nada, mas estou cansada. Pra que coração? Achei que havia te esquecido, mas os teus olhos me dizem que não. Não quero lembrar, mas quando te vejo não consigo parar. Os nosso momentos não foram em vão, foram tão bons, me peça perdão. Por que não podemos deixar pra lá e não viver na solidão? Eu e você deitados na cama, nossa música toca, seguro a sua mão. Você diz que me ama, nunca vou esquecer. Não acredito que tenha esquecido tudo o que disse sentir por mim, também não acho que tenha sido tudo mentira. Não me deixe aqui esperando, não posso demorar tanto assim. Queria poder te ver de novo, mas talvez esse seja o fim, o nosso fim.

?

Por que não é mais assim? O tempo veio apagar né...Mas eu não queria que tivesse mudado. Agora eu vejo que era melhor antes, e eu sabia, eu reclamava todo dia, mas eu sabia que era bom, eu sabia que quando acabasse eu ia sentir muita, mas muita falta. Quero saber de quem foi a culpa. Quero saber o motivo real. E agora eu vejo a culpa cair sobre mim...Tá mais feliz agora? Tá mais feliz longe? Tá mais feliz sozinha? Eu sempre soube que podia ser pior. Eu só não estava preparada pra quando o pior chegasse. Sempre achei que as mudanças viriam mais devagar conosco. Eu só me decepciono. E dói demais eu ter que ver que eu fui tudo pra você e que isso acabou. É, era tudo falso sim. Agora não mais. Agora é de verdade, agora é real. Porque agora não tem mais nada. Era tão fácil...
Eu só perco tempo!

Eu quero mudar.

As coisas mudam. As pessoas mudam. As amizades mudam. O tempo muda. Já pensei que talvez eu nunca tenha mudado, mas acho que isso é um absurdo! Também já pensei que as mudanças das pessoas fossem por minha causa, ou que elas não tenham mudado, que fui eu que mudei demais. Mas isso também é absurdo. Nada vai continuar igual pra sempre, nunca. Pode mudar pra melhor, ou não. Pode mudar pra um ponto de quase não existir. Pode mudar tão pouco que quase não dá pra perceber.
As pessoa vem e vão.
Não adianta ficar olhando pra trás, e pensando como as coisas eram no início. Porque elas não vão voltar a ser exatamente assim. O amor mudou. Os abraços mudaram. Tudo se renova? Não. Nem sempre. E então, o que se faz? Tenta fazer com que as coisas voltem. Mas elas não vão. A vida não é assim. Se tem sorte em alguns pontos, e em outros não. Com algumas pessoas, mas com outras não. As músicas que nos remetem a velhas épocas, antigas amizades, e bons tempos, não vão fazer nada voltar se as ouvirmos várias vezes, tudo que vai nos trazer é tristeza pelo passado que foi melhor do que o presente. Nostalgia. Mas é assim que as coisas são, eu não posso fazer nada pra mudar isso. Eu não posso mudar as pessoas. Não posso mudar por elas. Tudo que eu posso fazer é me acustumar as mudanças alheias, e tentar encaixar isso com as minhas próprias. Sempre com o peso de que isso distancia mais as coisas de como elas eram antes.

People don't change...??