quinta-feira, 6 de junho de 2013

A partir do momento que se houve um "não", sendo ele claro ou não, se abre uma ferida no lugar que deveria abrir um espaço para a felicidade. Essa ferida, como uma ferida normal na pele, deve cicatrizar aos poucos, mas sem nunca piorar, levando em conta que o melhor a fazer depois do "não" é se afastar.

Mas eis o que acontece quando o afastamento não acontece: cada palavra diferente, cada olhar, cada gesto, é como se a ferida fosse piorando, como se cutucassem com o dedo na pele. E vai aumentando mais e mais. Algumas vezes sangra. E não há nada que o ferido possa fazer para ajudar a cicatrização, uma vez que se afastar não é opção. Às vezes dá tempo de fechar um pouco aquele buraco, mas ele volta a abrir. Até que finalmente o tempo se encarrega do afastamento. E, com alguma dificuldade, tudo vai sumindo, sumindo...Mas como a maioria dos ferimentos profundos, a cicatriz permanece. Permanece pra fazer questão de não se deixar esquecer. E com alguns movimentos é capaz de ainda causar dor, pelo simples fato de ter sido intenso. E isso, isso nunca vai embora.

Mas e se o afastamento acontecer? E se nunca mais nos olharmos? E se, quando eu tentar, não conseguir como eu disse que conseguiria? E se tu não achar que podemos como tu disse que acha? E se eu te esquecer? Por isso eu ainda não passei, mas de ver que algumas cicatrizes podem virar uma coisa boa, eu tento acreditar que desse outro jeito também pode resultar em alguma coisa boa.

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