sábado, 8 de junho de 2013

Pra onde a gente deve ir?

Eu estava ali, perdida, sem ter o que fazer. Bem, mas talvez um pouco entediada. Cansada de outras coisas. Uma menina me perguntou se eu não gostaria de correr com ela. Mas, correr? Ela me garantiu que eu iria me divertir, que iríamos ver coisas, sentir coisas, fazer coisas...eu aceitei, mas não dei muita bola. Ela saiu na frente e eu fui atrás, caminhando, distraída, olhando para os lados. Saí da trilha algumas vezes, parei pra conversar. Ela não parou de correr por um momento sequer e depois de um tempo eu nem podia enxergá-la lá longe; fiquei um pouco preocupada, pensei que ela poderia ter se machucado no primeiro obstáculo, se perdido, e até fiquei com um pouco de medo de ela ter desistido de correr, afinal, eu não tinha nada mais interessante pra fazer. Ou talvez eu realmente estivesse aproveitando aquele passeio. Resolvi, finalmente, correr. Encontrei-a sentada em uma pedra com uma cara triste. Senti uma tristeza grande por ter deixado ela partir sozinha e prometi que íamos seguir o mesmo ritmo. Corremos tanto, conversamos, rimos, foi a melhor experiência de todas, o vento no rosto, os lugares que vimos passar. E era só uma corrida, um passeio, eu jamais pensaria que poderia ser assim. Nunca víamos outras pessoas, elas eram sempre um vulto, uma sombra passando longe, mal ouvíamos suas vozes, mas não precisávamos de nada disso. Ela pegou minha mão e me puxou pra longe. Eu peguei a mão dela e puxei pra longe. Corremos alguns quilômetros sem cansar, pareceu como se tivessem passado quase três anos, sem sentir. Ela começou a se mostrar cansada, queria sentar um pouco, dar uma parada, dar uma volta, conversar com quem passava. Insisti que poderíamos correr um pouco mais, que eu via um lugar melhor pra sentar logo ali na frente. Esqueci que ela já vinha correndo há muito mais tempo do que eu e insisti mais um pouco, eu poderia ir mais devagar pra ir do lado dela se ela quisesse. Insisti, insisti. Segui meu próprio ritmo e estiquei a mão para trás pra segurar a dela e puxar, mas nada achei. Vi um vulto no meio das árvores, mas não era mais de uma pessoa qualquer, ela quis dar outro passeio. Sentei e esperei.

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