domingo, 22 de dezembro de 2013

Sobre a Babilônia

Parece que os ônibus que passam na tua casa tiveram sua frota dobrada nos últimos dias. Vejo tantos quando saio de casa, eles passam parece que me chamando para subir, sentar, ficar nervosa pra te ver no caminho que eu tanto conheço. Troquei minhas rotas pra não ter que passar na frente da tua casa, me atraso pras aulas só pra não ter que passar bem na frente do teu prédio. A força que eu faço pra não cometer nenhuma outra estupidez é gigantesca! Parece que não cabe no peito, que vai me rasgar ao meio. Tantos planos que são tão difíceis de seguir, eu já pensei tanto em escrever uma carta longa falando tudo que eu quero, como isso tudo que eu escrevo aqui, ou simplesmente mandar pro teu e-mail. Mas do que adianta? Se fosse possível te convencer a voltar, a me amar. Já não aguento mais escrever as mesmas coisas de novo e de novo. Mas hoje está sendo um dos dias difíceis, ainda não consegui fazer com que meus olhos fiquem normais, não vermelhos nem inchados. Talvez essa noite me leva pra algum lugar bom, que vai me fazer esquecer. Provavelmente vai, alguém vai me salvar por mais uma madrugada. Ou alguéns. Mas eu não quero ser salva, só quero parar de correr perigo. Complicado. Preciso muito conseguir esperar mais tempo. Preciso acreditar, pelo menos mais uma vez, que ela ainda tem esperanças, que nós ainda temos chances. Preciso acreditar, preciso me forçar.

(junho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário